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São José: servir e amar por meio do trabalho

  16 de março de 2022 Por  Dom Carlos Lema Garcia A Igreja celebra com grande solenidade a festa de São José: o Evangelho da missa nos fala da sua vocação: “Eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: ‘José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados’. Tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que o Senhor falou pelo profeta: Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, que se chamará Emanuel (Is 7,14), que significa: Deus conosco. Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa” (Mt 1,20-24). São José se sentia continuamente um homem privilegiado. Nunca se acostumou com todas as graças que Deus reservou para ele, desde o início da sua vocação de esposo de Maria e pai adotivo de Jesus. Não cabia em seu coração a alegria de contemplar a santidade radiante d

Maria, a cheia de graça

  4 de maio de 2022 Por  Dom Ângelo Ademir Mezzari Neste mês de maio, enquanto vivemos a profunda experiência pascal, mais uma vez somos chamados a invocar Maria, a Mãe de Jesus, Mãe de Deus e nossa, Mãe da Igreja. Vale muito neste “tempo mariano”, na mente, no coração e pelos lábios, recordar e meditar o belo texto do Evangelista São Lucas, no anúncio do Anjo Gabriel: “Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo… Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus. Conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus” (cf. Lc 1,28-31).  Sim, uma palavra tão ampla e densa, que contempla em si toda a vida de Maria. Ela, a cheia de graça, simplesmente, o Anjo seu nome não diz, mas a saúda na alegria, a plena de graça. Verdadeiramente na graça se encontra a identidade mais profunda de Maria, sua escolha, seu sim como resposta, sua entrega incondicional, seu se colocar a serviço, sua missão de Mãe do Messias. Não só isso, Maria é uma pessoa antes de tudo amada por Deus, t

São João de Ávila

Conselheiro de Bispos e nobres, pregador, diretor de almas, coluna da Igreja e um dos paladinos da Contra-Reforma católica no século XVI, São João de Ávila pode ser chamado pai espiritual de grande número de Santos na Espanha de sua época Afonso de Souza D e repente, ouve-se na igreja um soluço que mais parecia um rugido: um homem de grande porte sai do templo, onde predica o Pe. Mestre Ávila na festa de São Sebastião, dando fortes pancadas no peito compungido: era o futuro São João de Deus! Esse foi um dos esplêndidos frutos da pregação ardente e sobrenatural de São João de Ávila, o qual figura entre os maiores santos espanhóis de sua época, com Santo Inácio de Loyola e Santa Teresa de Jesus. * * * João de Ávila (1) nasceu no ano de 1500 na pequena cidade de Almodóvar del Campo, na Diocese de Toledo. Seus pais, Alonso de Ávila e Catarina Xixón, eram  “dos mais honrados e ricos do lugar” . O pai descendia de  “cristãos novos”  (judeus convertidos). Precoce na inteligência e piedade, no

Santa Brígida e suas profecias para os nossos tempos

                   Com informações biográficas e sobre profecias retiradas da obra de Beppe Amico SANTA BRÍGIDA nasceu no ano 1302, na majestosa província de Uppsala (Suécia), no Castelo de Finsta, em Norrtälje. Seus pais pertenciam a uma Família Real de cristãos fervorosos e piedosos; em tudo conciliavam a fé e a vida. Era uma família admirada por toda a corte e até em outros reinos...     Até os seus três anos de idade, a pequena Brígida não falava. Repentinamente, falou com impressionante facilidade e desenvoltura. Aos sete, teve sua primeira experiência mística conhecida: viu Nossa Senhora, que lhe sorria, e sobre a sua cabeça colocou sua majestosa coroa(!). Depois, desapareceu.     Aos dez anos, depois de ouvir um sermão na igreja local sobre a Paixão de Cristo, impressionaram-lhe muito as crueldades e terríveis sofrimentos infligidos a Nosso Senhor. Alguns dias depois, teve uma outra visão, de Cristo pregado à Cruz, coberto de chagas, e o Salvador a lhe dizer estas palavras: “Olh

Por que o cristão precisa 'se humilhar'?

                                             Cristo lava os pés aos discípulos, por Tintoretto (1518-1594) RECEBEMOS UMA MENSAGEM anônima com uma pergunta que consideramos pertinente, a qual reproduzimos abaixo, seguida da nossa resposta que se traduziu numa reflexão mais profunda: “Eu tenho uma pergunta: porque Deus quer que a gente se humilhe? Eu quero ser feliz , quero uma vida boa, de abundancia, de amor. Quero que todo mundo seja feliz e eu também! Porque sempre dizem que a gente tem que se humilhar diante de Deus? Deus fez a gente para sofrer? Por quê?”     No Santo Evangelho encontramos o modelo da súplica essencial do cristão: “Ó Deus, tende piedade de mim, que sou pecador!” (Lc 18 13). Essas palavras, em certo sentido, podem ser consideradas a marca característica da Religião cristã, em contraste com as diversas outras formas de culto e doutrinas que desde os tempos primitivos se espalharam sobre a Terra.     A súplica do Evangelho segundo S. Lucas é ao mesmo tempo uma confiss

“CONFORTARE ESTO VIR”

 “CONFORTARE ESTO VIR” significa: “Sê corajoso, porta-te como homem (1Rs 2,2).” Bertrand Russell Bertrand Russell, membro da Escola de Frankfurt, é autor de uma observação que vale ser citada aqui, para que se saiba desde o início o que é que enfrentamos: “Usando técnicas psicológicas para ensinar às crianças, seremos capazes de produzir a convicção de que a neve é preta!”[1]     Faz-se necessário salientar que a Escola de Frankfurt foi um mecanismo criado por marxistas para a realização de pesquisas na área da psicologia, com vistas a melhor aplicar o marxismo na cultura e, então, facilitar a destruição dessa mesma cultura desde o seu núcleo, sem que os cidadãos se apercebessem do processo.     A masculinidade é um dos principais alvos desses ataques de subversão, porque justamente o homem é que foi constituído para o combate e para doar sua vida pelos outros. Longe dessa realidade, o homem se torna um ser egoísta e autoritário que visa somente o seu bem estar e a busca por prazer, es

'Homens de boa vontade' ou ‘os que Ele ama’?

“Glória a Deus nas Alturas, e paz na Terra aos homens de boa vontade!” (Lc 2,14) A MAIORIA DE NÓS nós já ouviu esse versículo bíblico alguma vez na vida, muito especialmente em época de Natal: talvez em um belo cartão, cantado por um coral ou até em algum comercial de televisão. Sim, é um texto bem conhecido até por quem nunca na vida abriu um exemplar da Bíblia para ler. Especialmente aos mais velhos, essa tradução é bastante familiar, pois era assim que geralmente se costumava traduzir a passagem de Lucas até há relativamente pouco tempo. Trata-se de uma tradução popular e até, se podemos dizer assim, cara ao “grande público”.  Todavia, também desde há muito tempo temos acesso a outras versões em português para o mesmo versículo, com uma tradução  não apenas ligeiramente diferente, mas completamente diversa, assim como é o caso da própria Bíblia de Jerusalém, que recomendamos inicialmente neste Curso: “Glória a Deus no mais alto dos Céus, e paz na Terra aos homens que Ele ama”.