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Mostrando postagens de dezembro, 2020

Papa Bento XVI sobre São Francisco de Sales

Amados irmãos e irmãs «Dieu est le Dieu du coeur humain» [Deus é o Deus do coração humano] (Tratado do Amor de Deus, I, XV): nestas palavras aparentemente simples vemos a característica da espiritualidade de um grande mestre, do qual gostaria de vos falar hoje: São Francisco de Sales, Bispo e Doutor da Igreja. Nasceu em 1567, numa região francesa de fronteira, filho do Senhor de Boisy, antiga e nobre família de Sabóia. Viveu entre dois séculos, XVI-XVII, e reuniu em si o melhor dos ensinamentos e das conquistas culturais do século que terminava, reconciliando a herança do humanismo com o impulso rumo ao absoluto, próprio das correntes místicas. A sua formação foi muito atenta; realizou os estudos superiores em Paris, dedicando-se também à teologia, e na Universidade de Pádua fez os estudos de jurisprudência, como desejava o pai, concluindo-os de modo brilhante, com uma licenciatura in utroque iure, direito canônico e direito civil. Na sua juventude harmoniosa, ponderando sobre o pensam

TRISTEZA DO CORAÇÃO DE JESUS NO SEIO DA VIRGEM MARIA

Publicado em 17/12/2016 Resultado de imagem para nossa senhora gravidaHostiam et oblationem noluisti, corpus autem aptasti mihi — “Não quiseste hóstia nem oblação, porém me formaste um corpo” (Hebr, 10, 5). Sumário. Tudo quanto Jesus Cristo padeceu no correr da sua vida, foi-Lhe posto diante dos olhos quando ainda se achava no seio de sua Mãe; e Jesus aceitou tudo por nosso amor. Porém, naquela aceitação e na repressão da repugnância natural, ó Deus, que aflição devia experimentar o seu Coração! Se Jesus, embora inocente, desde o principio da vida começou a sofrer por nós, não é justo que nós, que somos pecadores, padeçamos alguma coisa por seu amor e em desconto dos nossos pecados? ******************************** Considera a grande amargura de que o coração de Jesus Menino devia sentir-se atormentado e oprimido no seio de Maria, quando no primeiro instante da encarnação o Pai Eterno lhe mostrou toda a série de desprezos, de dores e de angústias que no correr da sua vida deveria sofre

“De Maria numquam satis”.

  “De Maria numquam satis” , dizem os Santos. Não se deve dizer basta nos louvores a Maria Santíssima. Não temamos cultuá-la excessivamente. Estamos sempre muito aquém do que Ela merece. Não é pelo excesso que nossa devoção a Maria falha. E sim, quando é sentimental e egoísta. Há devotos de Maria que se comovem até às lágrimas, e, no entanto, se ajustam, sem escrúpulos, à imodéstia e à sensualidade dominantes na sociedade de hoje. Sem imitação não há verdadeira devoção marial. Consagremos, realmente, a Maria Santíssima nossa inteligência e nossa vontade, com a mortificação de nossa sensibilidade e de nossos gostos, e Ela cuidará de nossa ortodoxia. “Qui elucidam me vitam aeternam habebunt” (Eclo 24,31) – [Aqueles que me tornam conhecida terão a vida eterna] -, diz a Igreja de Maria. Os que se ocupam de fazê-la conhecida e honrada terão a vida eterna. Dom Antônio de Castro Mayer. Quando eu era jovem teólogo, antes e até mesmo durante as sessões do Concílio, como aconteceu e como acontec

Padre e Doutor da Igreja: São João Damasceno

4 de Dezembro  Damasco, 650 - 749 Ele nasceu por volta de 675 em Damasco (daí Damascene) na Síria. O pai dele era ministro das Finanças. Culto e brilhante, tornou-se conselheiro e amigo do Califa, ou seja, o prefeito árabe que liderou a região. A presença do monge siciliano Cosmo, trouxe um escravo para Damasco, determinou nele o desejo de se retirar para a vida solitária, na companhia de seu irmão, futuro bispo de Maiouna. Ele então foi viver na "laura" de San Saba, uma pequena vila de monges em Jerusalém, onde recebeu ordenação sacerdota e em virtude de sua profunda preparação teológica, ele tinha a tarefa de pregador titular na basílica do Santo Sepulcro. Entre suas obras, ao lado das teológicas innes e treatises dedicadas a Nossa Senhora, é autor do compêndio da teologia "Fonte do conhecimento" e dos "Três discursos a favor de imagens sagradas". Teólogo iluminado e culto, ele merecia o título de "São Tomás do Oriente". Em 1890, Leão XIII o pr

O DECRETO DA ENCARNAÇÃO DO VERBO

  Et audivi vocem dicentís : Quem mittam? Et quis ibit nobis? Et dixi: Ecce ego. mitte me.  — “E ouvi a voz de quem dizia: Quem enviarei eu? E quem nos irá lá? Então disse eu: Aqui me tens a mim, envia-me” (Isa. 6; 8). Sumário.  Embora o Filho de Deus previsse a vida penosa que teria de levar, submeteu-se contudo de boa vontade ao decreto da Encarnação, ofereceu-se mesmo a fazer-se homem. E isso não só a fim de satisfazer plenamente à justiça divina, mas também para nos mostrar seu amor, e obrigar-nos a que O amemos sem reserva. Como é que até o dia de hoje temos respondido a tão grande beneficio? **************************** Afigura-se a São Bernardo (1) em sua contemplação sobre a condição do gênero humano depois do pecado do primeiro homem, ver travarem contenda a justiça divina e a misericórdia. Estou perdida — diz a justiça — se Adão não for punido. A misericórdia, ao contrário, replica: Estou eu perdida, se o homem não for perdoado. Em vista de tal contenda, o Senhor decide que,

JESUS ILUMINA O MUNDO E GLORIFICA A DEUS

 Creavit Dominus novum super terram — “O Senhor criou uma coisa nova sobre a terra” (Jer. 31, 22). Sumário. Antes da vinda do Messias, o mundo estava abismado na ignorância, e o Deus verdadeiro era apenas conhecido num cantinho da terra, na Judéia. De todas aquelas trevas livrou-nos Jesus Cristo, que desde o primeiro instante da sua conceição deu mais glória ao Pai Eterno do que lhe têm dado e darão todos os Anjos e Santos. Tomemos ânimo nós, os pobres pecadores, e ofereçamos a Deus Pai este Menino e ressarci-Lo-emos de todas as ofensas que Lhe temos feito. Antes da vinda do Messias, o mundo estava abismado na noite tenebrosa da ignorância e do pecado. No mundo o Deus verdadeiro era conhecido tão somente num cantinho da terra, a saber, na Judéia:Notus in Iudaea Deus— “Deus é conhecido na Judéia” (1). Em todo o resto do mundo eram adorados como deuses os demônios, os animais e as pedras. Em toda a parte reinava a noite do pecado, que cega as almas, enche-as de vícios, e priva-as da vist

O DECRETO DA ENCARNAÇÃO DO VERBO

  Ubi venit plenitudo temporis, misit Deus Filium suum, factum ex muliere, factum sub lege  — “Quando veio a plenitude do tempo, enviou Deus o seu Filho, feito da mulher, feito sujeito à Lei” (Gal. 4, 4). Sumário.  O divino Redentor demorou a sua vinda quatro mil anos, não somente para que fosse mais apreciada pelos homens, senão também para que melhor se conhecesse a malícia do pecado e a necessidade do remédio. Chegada que foi a plenitude dos tempos, enviou Deus um arcanjo à Santíssima Virgem e, obtido o consentimento desta, o Verbo se fez homem no seio puríssimo de Maria. Quanto não devemos agradecer ao Senhor o ter-nos feito nascer depois que se cumpriu tão grande mistério! ******************************* Considera como Deus depois do pecado de Adão deixou decorrer mil anos antes de enviar à terra o seu Filho para remir o mundo. E, entretanto, que trevas desoladoras reinavam sobre a terra! O Deus verdadeiro não era conhecido nem adorado, senão apenas num canto da terra. Por toda a

Padre Jesuíta São Francisco Xavier

  3 de dezembro.  Xavier, Espanha, 1506 ( Ilha Sancian, China, 3 de dezembro de 1552) No século XVI, numerosas testemunhas da fé entenderam a importância de superar as "novas" fronteiras geográficas para levar o Evangelho para onde ainda não havia alcançado. Entre eles estava São Francisco Xavier, que gastou todas as suas energias para doar a mensagem do Ressuscitado para o povo do Extremo Oriente, da Índia à Indonésia, para o Japão. Sua memória é uma oportunidade de refletir sobre as fronteiras – próximas ou distantes – que somos chamados a superar hoje, a fim de trazer a luz de Deus. Francisco Xavier nasceu em Navarra em 1506 e em Paris conheceu Inácio de Loyola, com quem compartilhou a aventura de fundar a Companhia de Jesus. Em 1540 ele foi enviado para o Oriente como missionário: enquanto planejava trazer o evangelho para a China, ele morreu de pneumonia na ilha de Shangchuan em 1552. Paulo V beatificou Xavier em 21 de outubro de 1619 e Gregório XV o canonizou em 12 de m