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Quarta-feira de Cinzas e início da Quaresma

NESTE INÍCIO de Quaresma, procuremos, mais ainda do que a mortificação corporal, aceitar o convite que a Liturgia sabiamente nos faz, de combater o amor próprio com todas as nossas forças. “ Procurai o mérito, procurai a causa, procurai a justiça; e vede se encontrais outra coisa que não seja a Graça de Deus. ” (Santo Agostinho, Sermão 185; PL 38,997-999) Ao receber, na Quarta-feira que antecede a Quaresma, as cinzas sobre a cabeça, ouviremos mais uma vez um claro convite à conversão que pode expressar-se numa fórmula dupla: "Convertei-vos e crede no Evangelho"; ou: "Recorda-te que és pó e em pó te hás de tornar". Precisamente devido à riqueza dos símbolos e dos textos bíblicos, a Quarta-Feira de Cinzas é considerada a porta de entrada da Quaresma. De fato, a Liturgia e os gestos que a distinguem formam um conjunto que antecipa resumidamente as características próprias de todo o período quaresmal. Na sua tradição, a Igreja não se limita a oferecer-no

Significado e importância da Quaresma

Hoje ,   Quarta-feira de Cinzas , o cristão recebe uma cruz na fronte com as cinzas obtidas da queima das palmas usadas no Domingo de Ramos do ano anterior. Esta tradição da Igreja ficou como simples serviço em algumas igrejas protestantes, como a anglicana e a luterana. A Igreja Ortodoxa começa a Quaresma a partir da segunda-feira anterior e não celebra a Quarta-feira de Cinzas. Saiba mais sobre a Cerimônia das Cinzas na Igreja Católica, a única instituída diretamente por Nosso Senhor Jesus Cristo, lendo este artigo. A CERIMÔNIA DE IMPOSIÇÃO das cinzas dá início a um período espiritual singularmente importante para todo cristão que busca se preparar para viver melhor e mais profundamente o Mistério Pascal, – que se reflete na Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Este especial tempo litúrgico busca o cumprimento da exortação evangélica essencial: "Convertei-vos", imperativo proposto a todos os fiéis mediante as palavras do rito da Quarta-feira de Cinzas:

Quaresma: pano roxo e Santa Verônica

É COSTUME MUITO antigo e piedoso na Igreja que, a partir do quinto Domingo da Quaresma, – também chamado de Primeiro Domingo da Paixão (que é o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor), – cobrir com panos roxos as cruzes, quadros e imagens sacras. As cruzes permanecem cobertas até o final da Liturgia da Sexta-feira Santa, os quadros e demais imagens até a celebração do Sábado Santo ou de Aleluia, a noite que antecede o Domingo da Páscoa da Ressurreição do Senhor. O sentido profundo de se cobrir as imagens sacras fundamenta-se no luto pelo sofrimento do Cristo, levando os fiéis a refletir, ao contemplar os objetos sagrados cobertos com a cor roxa, que simboliza a dor, o recolhimento e a penitência. O ápice do despojamento ocorre após a Missa da Ceia do Senhor, na Quinta-Feira Santa, quando retiram-se as toalhas do Altar. A cruz coberta lembra-nos a humilhação de Nosso Senhor, que precisou ocultar-se para não ser apedrejado pelos judeus, como nos relata o Evangelho segundo S

Perguntas e respostas sobre a Eucaristia

A Sagrada Eucaristia é central na Igreja Católica, que acredita na presença real de Cristo na forma de Corpo e Sangue. Não é um símbolo, não é um alimento para ser compartilhado, é infinitamente muito mais que isso. Tomando por base perguntas formuladas pelo Padre Robert Barron, resolvi publicar minhas respostas numa sucessão de cinco posts, ao ver tamanha riqueza de ensinamentos. Espero que também vejam o amor de Deus neste sacramento. Basta clicar no título de cada parte para ler minhas respostas.  Parte I: Introdução 1. Qual o significado da palavra  "Eucaristia" ? 2. Por quais outros nomes a Eucaristia é também conhecida? 3. O que relembramos na Eucaristia? 4. Por que a Eucaristia é a fonte de toda vida cristã? 5. Quando a Igreja começou a celebrar a Eucaristia? Parte II: Alimento Sagrado 1. Que graças a Eucaristia confere àqueles que a recebem? 2. O que o Profeta Isaías fala sobre a Celebração da Missa? 3. Como São Mateus foi chamado

Como rezar bem o Rosário

“Abri, Senhor, os meus lábios para que louve o vosso santo nome…” Essas são as primeiras palavras da bela oração que se reza antes do Ofício Divino e do Ofício de Nossa Senhora. Ela continua: “… purificai também o meu coração de todos os vãos, perversos ou inúteis pensamentos; iluminai-me o entendimento, inflamai-me a vontade, para que digna, atenta e devotamente recite este Ofício e mereça ser atendido perante a vossa divina majestade”.. Esta oração ensina-nos resumidamente, mas de um modo perfeito, a atitude que devemos ter também ao rezar o Rosário: digna, atenta e devotamente. O Revmo, Frei Royo Marín, dominicano e renomado teólogo, ex-professor na Universidade de Salamanca, explica cada um destes três termos DIGNAMENTE Esta primeira condição exige, pelo menos, que a recitação do Rosário se faça de modo decoroso, como corresponde à majestade de Deus, a quem principalmente a nossa oração é dirigida. O melhor procedimento é rezar de joelhos diante do Sacr

Nossa Senhora da Confiança

Nossa Senhora da Confiança AUTOR: DAVID C. FRANCISCO    Confiança! Confiança! Eu venci o mundo! (Jo 16, 33). Quando a palavra confiança era pronunciada por Nosso Senhor Jesus Cristo, operava nos corações uma profunda e maravilhosa transformação, diz um sábio escritor. A aridez das suas almas era umedecida por um orvalho celestial, as trevas de seus espíritos se transformavam em luz, a angústia era substituída por uma calma serenidade. O mesmo convite que Nosso Senhor fazia outrora aos seus ouvintes, repete hoje a nós. Confiança! Como essa virtude é necessária nos dias de hoje! Como estão equivocadas as almas que, sentindo suas deficiências e misérias, mal ousam aproximar-se do Divino Salvador, com receio de que um Deus tão puro, tão excelso não se inclinaria para elas, não perdoaria suas faltas! Deus é Misericórdia, e desde que desejemos sinceramente converter-nos, Ele tem pena de nossa miséria, e de nós se aproxima para salvar-nos, para nos colocar junto ao seu Sagrado

COMO A FÉ DESENVOLVE A RAZÃO

Deus nos deu os sentidos, a razão e a fé. Pelos sentidos nós entramos em contato com as coisas sensíveis, que lhes são proporcionadas; pela razão atingimos coisas superiores aos sentidos, coisas intelectuais; mas pela fé, Deus nos dá o modo de atingirmos, por um conhecimento mais elevado, as coisas divinas e o próprio Deus. A razão criada por Deus, para Deus mesmo, só encontrará repouso em Deus, verdade primeira; a razão tem pois uma necessidade inata de Deus e o procuraria naturalmente se o homem não tivesse pecado, assim enfraquecendo-se, inclinando-se na maior parte das vezes, prendendo-se às coisas sensíveis. A fé que Deus nos deu repara, ao menos em parte, a doença original da razão humana. Restaurando, retificando, fortalecendo a razão, faz com que ela atinja uma ordem de conhecimento que nunca poderia abordar: a ordem do conhecimento sobrenatural, ou das verdades reveladas por Deus. É a fé que nos faz acreditar nas coisas invisíveis, diz São Paulo. Estas coisas invisív