“Abri, Senhor, os meus lábios
para que louve o vosso santo nome…”
Essas são as primeiras palavras da bela oração que
se reza antes do Ofício Divino e do Ofício de Nossa Senhora. Ela continua:
“… purificai também o meu coração de todos os vãos,
perversos ou inúteis pensamentos; iluminai-me o entendimento, inflamai-me a
vontade, para que digna, atenta e devotamente recite este Ofício e mereça ser
atendido perante a vossa divina majestade”..
Esta oração ensina-nos resumidamente, mas de um
modo perfeito, a atitude que devemos ter também ao rezar o Rosário: digna,
atenta e devotamente.
O Revmo, Frei Royo Marín, dominicano e renomado
teólogo, ex-professor na Universidade de Salamanca, explica cada um destes três
termos
DIGNAMENTE
Esta primeira condição exige, pelo menos, que a
recitação do Rosário se faça de modo decoroso, como corresponde à majestade de
Deus, a quem principalmente a nossa oração é dirigida.
O melhor procedimento é rezar de joelhos diante do
Sacrário — o que nos alcança uma indulgência plenária — ou diante de uma imagem
de Nossa Senhora. Mas pode-se rezá-lo também em qualquer outra postura digna
(por exemplo, modestamente sentado, passeando pelo campo, etc.). Seria
indecoroso rezá-lo na cama (a não ser em caso de enfermidade) ou interrompê-lo
constantemente para responder a perguntas alheias à oração.
ATENTAMENTE
A atenção é necessária para evitar a irreverência
que ocorreria se houvesse distração voluntária.
Como querer que Deus nos ouça, se começamos por não
nos ouvirmos a nós mesmos?
Contudo, nem toda distração é culposa. Não temos um
controle despótico sobre a nossa imaginação, mas apenas político — como ensinam
os filósofos — e não podemos evitar que ela nos escape sem a nossa permissão.
As distrações involuntárias não invalidam o efeito meritório e impetratório da
oração, desde que se faça o possível por contê-las e evitá-las. […]
DEVOTAMENTE
Bem-aveturado Alano de la Roche
A devoção consiste numa vontade pronta para as
coisas referentes ao serviço de Deus. A própria Rainha do Céu disse ao
Bem-aventurado Alano de la Roche: “Sabei que, embora hajam muitas indulgências
concedidas ao meu Rosário, eu acrescentei muitas mais pelas diversas partes
dele em favor daqueles que o rezarem sem pecado mortal, de joelhos,
devotamente, e aos que perseverarem na devoção do santo Rosário, de acordo com
essas condições e se o meditarem, obterei para eles, como prêmio, a plena
remissão da pena e da culpa de todos os pecados no fim da vida. E não te pareça
isto incrível; isto é-me fácil, pois sou a Mãe do Rei dos Céus, que me chama
cheia de graça e, como cheia de graça, farei também ampla efusão dela em favor
dos meus filhos queridos”.
Encerremos, pois, com este conselho de São Luís
Maria Grignion de Montfort: “Considero como um dos mais assinalados favores de
Deus a graça de alguém perseverar até a morte na prática quotidiana do Rosário.
Perseverai nela e tereis a admirável recompensa que está preparada no Céu para
a vossa fidelidade”.
(Do Boletim Maria, Rainha dos corações –
Portugal – nº 70, novembro de 2017, p. 2-3)
http://www.arautos.org/secoes/artigos/doutrina/rosario/como-rezar-bem-o-rosario-205085
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