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O TRABALHO

“Ora et labora – Reza e trabalha!” Era esta a divisa usada por uma antiga Ordem. Quanto mais fielmente os membros daquela Ordem se apegavam a esta divisa, tanto melhor se tornava para a sua virtude e perfeição, para a sua alegria e felicidade, para o bom êxito e prosperidade de seu trabalho. Mas, isto que com proveito se aplica aos habitantes do claustro, tem também a sua repercussão para as pessoas do mundo, e para estas, talvez, com mais vantagens do que para as primeiras. Como já incuti em teu coração o amor à oração, quero agora recomendar-te o trabalho. 1º- Trabalha com fidelidade e diligência; pois o trabalho é um dever. Já no paraíso o homem devia trabalhar, segundo a vontade de Deus. Está escrito no Gênesis (2,15): Deus, o Senhor, tomou o homem e o colocou no paraíso, para que ele o cultivasse. Aliás, o trabalho, era para o homem uma distração doce e suave. Depois da queda, Deus renovou a ordem, o preceito do trabalho. Dirigindo-se a Adão, que representava toda

Primeira Admoestação - O modo de ver o mundo e as 'espiritualidades'

Publicado por  Frei Edson Matias Dias   A+   A- Nossas ‘espiritualidades’ atuais – e falamos ‘espiritualidades’, pois são diversos os modos de viver a mensagem cristã – estão muito inseridas no modo da sociedade ser. Normalmente é assim mesmo. É como se usássemos óculos que nos faz ver sempre daquele jeito. Lembremos que, quando São Paulo pregou aos coríntios e eles logo ‘aceitaram’ a mensagem evangélica, contudo, com o passar do tempo, demonstraram que a interpretavam a partir da vivência ‘patronal’ que existia, derivada da visão social romana. O apóstolo teve que escrever cartas e fazer duras correções no modo de agir deles. Eles não estavam vivendo o evangelho, pois faziam acepção de pessoas e transformaram a Eucaristia em uma celebração de exclusão. Assim, também corremos o risco e, como vivemos, normalmente ocorre, de interpretar a mensagem evangélica a partir de nosso olhar mais superficial. É preciso superar tal visão mundana. Para isso é necessário passar por uma

Papa: "Missão não é turismo; pode haver fracasso e sofrimento"

Apesar do forte calor,  mais de 10 mil pessoas participaram da oração mariana e ouviram a reflexão de Francisco , inspirada no cap. 10 do Evangelho de Mateus, ‘Não tenhais medo daqueles que matam o corpo’. Levar em conta insucessos e perseguições “Ser enviado por Jesus em missão não é garantia de sucesso e tampouco protege de fracassos e sofrimentos. É preciso levar em consideração a possibilidade de rejeições e perseguições. Isto assusta um pouco, mas é a verdade!”. Assim como Cristo – explicou o Papa – foi perseguido pelos homens, conheceu a rejeição, o abandono e a morte na Cruz,  devemos nos lembrar que nenhuma missão cristã é sinal de tranquilidade, mas entrever uma oportunidade: Ver nas dificuldades uma ocasião “Dificuldades e tribulações fazem parte da obra de evangelização e nós somos chamados a encontrar nelas a ocasião para verificar a autenticidade de nossa fé e de nossa relação com Jesus”. Enfim, “no testemunho de fé não contam os sucessos, mas a fidelidade a

Papa: cristão não precisa de horóscopo, aberto às surpresas de Deus

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco celebrou a missa, nesta segunda-feira (26/06), na capela da Casa Santa Marta. “O cristão verdadeiro não é aquele que se instala e fica parado, mas aquele que confia em Deus e se deixa guiar num caminho aberto às surpresas do Senhor”, frisou o Pontífice em sua homilia.  Citando a Primeira Leitura, extraída do Livro do Gêneses, Francisco refletiu sobre Abraão, pois nele “há o estilo da vida cristã, o estilo nosso como povo”, baseado em três dimensões: o despojamento, a promessa e a bênção. “O Senhor exorta Abraão a sair de seu país, de sua pátria, da casa de seu pai”, recordou o Papa:  “O ser cristão tem sempre esta dimensão do despojamento que encontra a sua plenitude no despojamento de Jesus na Cruz. Sempre há um vai, um deixa, para dar o primeiro passo: ‘Sai da tua terra, da tua família e da casa do teu pai’. Se fizermos memória veremos que nos Evangelhos a vocação dos discípulos é um ‘vai’, ‘deixa’ e ‘vem’. Também nos profetas, não

Reflexões sobre a identidade religiosa franciscana: frades leigos e clérigos e os sacramentos

Publicado por   Frei Edson Matias Dias   A+   A- "O sacramento possui, portanto, um profundo enraizamento antropológico. Cortá-lo seria cortar a própria raiz da vida e estragar o jogo do homem com o mundo”. Leonardo Boff               Sacramentos e identidade estão intimamente relacionados. Os sacramentos são a dinâmica e manifestação daquilo que somos. E, ao mesmo tempo em que são reflexo de nossa expressão, também nos constitui como identidades. Eles não são coisas, não podem ser manipuláveis pela nossa própria vontade. Quando tentamos fazer isso pode sair de nossa ação um teatro mal elaborado. É como se um amante, que não sente amor por sua companheira, dissesse “eu te amo”. Tal dizer soa vazio e sem vida. Não vibra, não toca o coração. Para que se torne verdadeiro deve ter intimidade, proximidade, uma dinâmica afetiva que fala daquilo que somos, tanto em nível pessoal como coletivo. Os elementos que são considerados sacramentos devem estar nessa dimensão pro

O CORAÇÃO DE JESUS E O SACRAMENTO DA PENITÊNCIA

LEITURA ESPIRITUAL MEDITADA 25º dia de junho Somos não apenas imperfeitos, mas pecadores. E a missão principal de Jesus consiste precisamente em libertar-nos do pecado. São João Batista apontou a Jesus às margens do Jordão e disse : "Eis o Cordeiro de Deus, eis Aquele que tira os pecados do mundo ". Jesus Cristo não veio apenas cobrir os nossos pecados. Isto é blasfêmia proferida por Lutero. Segundo o heresiarca, Jesus teria feito uma obra não de purificação interna através do Seu Sangue. E no entanto diz o Apocalipse:  "Nos amou  (Jesus Cristo)  e nos lavou dos nossos pecados nos seu sangue"  (Apoc. I, 5). Mas como o Coração de Jesus pleno de amor e misericórdia, aplica o preço infinito de seu Sangue derramado em sua Paixão e Morte e até a última gota através da abertura da lança feita em seu Coração já morto mas sempre unido à Divindade? Para apagar os nossos pecados, Jesus derrama sobre nós o seu sangue através do Sacramento da Penitência.  E a

Jesus: mentiroso, louco ou Deus – o Trilema

Cristo Rei do Universo, por Fernando Gallego (1440-1507) DESDE SEMPRE OS cristãos confessaram que Jesus Cristo é o Filho de Deus e Deus. São João escreveu que a Palavra (Verbo), que "estava junto de Deus", "era Deus", "fez-se carne e habitou entre nós" (Jo 1, 1.14). São numerosos os discursos do próprio Cristo em que Ele deixa claro ser muito mais que um simples ser humano comum –, todo o Evangelho segundo São João, especialmente, está permeado de declarações desse teor –, sendo inclusive este o motivo alegado pelos judeus para condená-lo à morte: "Não queremos te apedrejar por causa de uma obra boa, mas por causa da blasfêmia. Tu, sendo homem, te fazes Deus a ti mesmo" (Jo 10, 33). Se, naquela época, até quem não seguia Nosso Senhor tinha clara consciência da grandeza do que Ele anunciava, infelizmente hoje, muitos – atribuindo a si o apelido de "cristãos" – têm advogado, covardemente, uma "terceira opção": ao