O PAPA FRANCISCO publicou o motu proprio Magnum Principium, com data de 3 de setembro, que entrará em vigor a 1 de outubro próximo. Por meio deste, confere às Conferências Episcopais maior controle sobre a tradução dos textos litúrgicos e coloca-se, uma vez mais, a favor do «renovamento de toda a vida litúrgica» iniciado pelo Vaticano II.
Até agora, o Canon 838 tem estabelecido que "a direção da sagrada liturgia depende unicamente da autoridade da Igreja que reside na Sé Apostólica e, de acordo com a norma da lei, do bispo diocesano".
O segundo parágrafo dizia que era "de responsabilidade da Sé Apostólica ordenar a sagrada liturgia da Igreja universal, publicar livros litúrgicos, revisar suas traduções em línguas vernáculas e exercitar vigilância a fim de que as regulações litúrgicas sejam observadas fielmente em todos os lugares". De acordo com a nova formulação, porém, caberá à Sé Apostólica apenas a tarefa de "revisar as adaptações aprovadas sob a lei da Conferência Episcopal". Em outras palavras, o poder da Curia é reduzido, de autorizar para apenas revisar as traduções dos textos aprovados pelas Conferências Episcopais locais.
Segundo o motu proprio –, na parte que preocupa muita gente –, a oração litúrgica tem que se «adaptar à compreensão do povo» para ser plenamente vivida, com um estilo expressivo, fiel aos textos originários mas capaz de comunicar o anúncio de salvação em qualquer contexto linguístico e cultural. E com o objetivo de favorecer a participação de todos na liturgia «de maneira consciente, ativa e proveitosa», como recomendavam os padres do Vaticano II na constituição Sancrosanctum Concilium de 1963. São estas as intenções que levaram o Papa Francisco, com base no trabalho de uma comissão de bispos e peritos por ele instituída, a modificar o cânone 838 do Codex Iuris Canonici relativo à publicação dos livros litúrgicos e às suas versões nas diversas línguas.
Nossos leitores mais assíduos sabem que não temos vocação para criar confusão nem propagar a discórdia no interior da Igreja, mas não conseguimos deixar de nos encolher, peguntando-nos o que virá: se já temos visto toda sorte de desvirtuação da sagrada liturgia –, desde o mais descarado sincretismo travestido de "inculturação" a sacerdotes e acólitos fantasiados de palhaços e outras tantas aberrações, sem nenhuma reprimenda dos bispos –, o que veremos a partir de agora, com este documento que, direta ou indiretamente, vai favorecer ainda mais à "criatividade" dos nossos padres já tão "criativos"? Ainda mais "renovação" será mesmo necessária?
Num momento em que multidões de católicos, confusos e escandalizados, migram para as mais diversas seitas em busca da Palavra de Deus e de espiritualidade, atrevo-me a dizer que tudo o que a Igreja não precisa é de mais incentivo e liberdade para reinventar o que deveria ser imutável.
Num momento em que multidões de católicos, confusos e escandalizados, migram para as mais diversas seitas em busca da Palavra de Deus e de espiritualidade, atrevo-me a dizer que tudo o que a Igreja não precisa é de mais incentivo e liberdade para reinventar o que deveria ser imutável.
Rezemos. Rezemos muito, e com fé. Além disso, unamo-nos e façamos barulho, até que alguém perceba que nós, católicos fiéis que queremos apenas rezar e celebrar como a Igreja sempre fez, também existimos e merecemos alguma atenção. Cristo nos socorra e Maria Santíssima seja nossa intercessora!
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Fontes:
Catholic Herald, em:
http://www.catholicherald.co.uk/news/2017/09/09/vatican-publishes-magnum-principium-giving-bishops-conferences-greater-control-over-liturgical-translations/
News.Va, em:
http://www.news.va/pt/news/o-motu-proprio-do-papa-francisco-magnum-principium
http://www.ofielcatolico.com.br/2007/09/vaticano-publica-magnum-principium.html
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