No Domingo de Ramos,
tem início a Semana Santa da paixão, morte e ressurreição de Nosso senhor Jesus
Cristo. Jesus entra na cidade de Jerusalém para celebrar a Páscoa judaica com
os seus discípulos e é recebido como um rei, como o libertador do povo judeu da
escravidão e da opressão do império romano. Mantos e ramos de oliveira
dispostos no chão conformavam o tapete de honra por meio do qual o povo
aclamava o Messias Prometido: 'Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o
que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas'.
Jesus, montado em um
jumento, passa e abençoa a multidão em polvorosa excitação. Ele conhece o
coração humano e pode captar o frenesi e a euforia fácil destas pessoas como
assomos de uma mobilização emotiva e superficial; por mais sinceras que sejam
as manifestações espontâneas e favoráveis, falta-lhes a densidade dos
propósitos e a plena compreensão do ministério salvífico de Cristo. Sim, eles
querem e preconizam nEle o rei, o Ungido de Deus, movidos pelas fáceis
tentações humanas de revanche, libertação, glória e poder.
Mas Jesus, rei dos
reis, veio para servir e não para reinar sobre impérios forjados pelos homens.
'... meu reino não é deste mundo' (Jo 18, 36). Jesus vai passar no meio da
multidão sob ovações e hosanas de aclamação festiva; mais tarde, Jesus vai ser
levado sob o silêncio e o desprezo de tantos deles, para o cimo de uma cruz no
Gólgota. Dos hosanas de agora ao 'Seja crucificado!' (Mt 27, 22 e 23) de
mais além, o desvario humano fez Deus morrer na cruz.
Neste Domingo de
Ramos, o Evangelho evoca todas as cenas e acontecimentos que culminam no
calvário de Nosso Senhor Jesus Cristo: os julgamentos de Pilatos e Herodes, a
condenação de Jesus, a subida do calvário, a crucificação entre dois ladrões e
a morte na cruz...'Eli, Eli, lamá sabactâni?' (Mt 27, 46). Na paixão e morte de
cruz, Jesus revela seu amor desmedido pela criação do Pai e desnuda a perfídia,
a ingratidão, a falsidade e a traição dos que se propõem a amar apenas com um
amor eivado pelos privilégios e concessões aos seus próprios interesses e
vantagens. Os valores passageiros do mundo não valem nada; os mistérios da
graça têm a Cruz de Cristo como caminho, verdade, vida e medida para a
eternidade!
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