Pular para o conteúdo principal

Francisco, homem reconciliado

Cada um de nós faz a experiência de verdadeiros dilaceramentos interiores, por exemplo, entre o amor por si mesmo e, de outro lado, de desprezo devido a tudo de louco que fazemos a convite de  nosso ego. Ser uma pessoa reconciliada é amar-se de verdade, ter um amor próprio autêntico sem se considerar o centro do mundo e sem se  desprezar; é ter para com os outros um justo relacionamento nem de superioridade, nem de inferioridade.  Ser alguém reconciliado é ter um relacionamento de respeito para com a natureza, relacionamento de louvor e não de dominação e açambarcamento; ser alguém reconciliado é ter com Deus um verdadeiro relacionamento de amor e de confiança e não de medo ou de recusa
A reconciliação é um caminho longo. Ela supõe, antes de tudo, que reconheçamos humildemente nossos dilaceramentos e divisões. Para chegar à identidade e dar o melhor de nós mesmos será preciso mudar nosso ponto de vista.  Em termos cristãos chamamos a isso de conversão. É um trabalho de fé e de confiança. Converter-se é deixar de centrar-se em si mesmo, aceitar abrir-se a Deus e,  ao mesmo tempo,  abrir-se aos outros e ao mundo.
Converter-se é “antenar-se” no Senhor. Nossa tendência é fazer tudo partir de nós, de sermos o centro do mundo de tudo ver a partir de nós mesmos.  Assim temos uma falsa imagem dos nossos e dos outros. Converter-se é ter a convicção que nunca seremos nós mesmos a não ser quando formos aquilo a que Deus nos destinou. Francisco é um homem reconciliado  porque fez unidade em si, porque soube aceder a uma simplicidade despojando-se de seu orgulho, narcisismo, vanglória, preocupações inúteis. Esse homem pacificado que foi Francisco é obra de toda uma vida. Esse despojamento não conseguiu ele simplesmente à força de murros, mas abandonando-se a Deus, aos irmãos e aos acontecimentos. Somente no final de sua vida, no momento dos estigmas  e do Cântico dos Cânticos, uns dois aos antes da morte, que ele se tornou um homem pacificado.
http://www.franciscanos.org.br/?p=66715

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A mitra dos bispos e papas e o simbolismo pagão RECEBEMOS DO LEITOR que se identifica com o nome "Emerson" a pergunta que reproduzimos abaixo, seguida de nossa resposta: “ (...) uma coisa me deixou muito em dúvida. Vi um desses vídeos onde acusam a igreja católica de adorar o Deus Mitra e até distorceram uma explicação de um padre sobre o natal para comprovar o culto ao Deus mitra. Até ai tudo bem estava me divertindo com as heresias ai então o autor falou que presta serviço a várias instituições catolicas e que a razão social da maioria começa com mitra e o nome da instituição comprovando o culto ao tal deus sol. Fiz uma rápida busca e realmente percebi que varias dioceses tem o mitra antes do nome e também percebi o termo mitra diocesana. Sei que mitra é o chapel cônico que os bispos e o papa usa. Gostaria de saber qual o verdadeiro significado do termo mitra para igreja e se tem alguma ligação com o deus pagão e porque o nome aparece na frente do nome das diocese

A ignorância invencível e a salvação

Sem Roma, totalmente frustada por ver a FSSPX caminhando em direção à Barca de Pedro, não mais pode apoiar-se na mesma para justificar seu "apostolado". Aliás, agora são Sem Roma & FSSPX. Em uma tentativa vã que só convenceu os organizadores da idéia, quiseram mostrar uma suposta contradição em uma frase do Pe Paulo Ricardo com o ensino católico no folder acima. Iremos mostrar, nesse artigo, que as palavras do Reverendíssimo padre, que tanto bem faz a Igreja no Brasil na formação sólida tradicional entre leigos e seminaristas, estão em perfeita harmonia com o que o Magistério sempre ensinou. Obviamente que o Padre Paulo fala dos que estão em ignorância invencível. Ora, se diz que eles têm em mente um simulacro, um boneco, ao invés da Igreja Católica, é claro que faz referência aos que não pecam mortalmente por isso. O que ele falou sempre foi consenso entre os teólogos. O grande teólogo Penido diz o seguinte sobre isso:  “Melhor seria cognominá-los cristãos di

Quaresma: Catecismo Maior de São Pio X

A Igreja, no início da Quaresma, costumava fazer a imposição das sagradas cinzas, para recordar-nos de que somos feitos de pó, e com a morte, reduzimo-nos novamente ao pó, e assim nos humilhemos e façamos penitência por nossos pecados, enquanto temos tempo 37.   Que é a Quaresma? A Quaresma é um tempo de jejum e penitência instituída pela Igreja por tradição apostólica. 38.   A que fim foi instituída a Quaresma? A Quaresma foi instituída: 1º para dar-nos a entender que temos a obrigação de fazer penitência durante todo o tempo da nossa vida, da qual, de acordo com os santos Padres, a Quaresma é figura; 2º para imitar de alguma maneira o rigoroso jejum de quarenta dias que Jesus Cristo praticou no deserto; 3º para prepararmo-nos, por meio da penitência, em celebrar santamente a Páscoa. 39.   Por que o primeiro dia da Quaresma é chamado de quarta-feira de cinzas? O primeiro dia da Quaresma é chamado de quarta-feira de cinzas porque nesse dia a Igreja impõe sobre