Assim como o indefeso bebê Jesus na manjedoura era o centro da Natividade, Jesus está no centro da adoração como uma hóstia branca, despretensiosa e pequenina
Claire Chretie – LifeSiteNews | Tradução Sensus fidei – 24 de dezembro de 2016 – Uma noite a cada semana, esqueço o trabalho e todos os estresses da vida moderna durante uma Missa baixa e humilde na Forma Extraordinária do Rito Romano.
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Este é o antigo rito da Missa que foi usado antes do Concílio Vaticano II. Hoje, a Igreja o considera em igual dignidade com a Forma Ordinária da Missa que utiliza exclusivamente ou na maior parte o vernáculo, com as diferentes rubricas e orações. Sinto-me abençoada por comparecer a uma paróquia que oferece a Missa em ambas as formas, com sacerdotes santos que amam a Jesus e se dedicam a glorificá-Lo, e, somente a Ele, na liturgia.
Raramente há uma homilia nesta Missa. Muitas das orações do sacerdote são quase inaudíveis. A congregação lê silenciosamente as orações enquanto o sacerdote as sussurra. Há muitas pessoas com menos de 30 e mais de 60 anos. Definitivamente há uma multidão de “regulares”. Geralmente há apenas dois coroinhas.
É durante os momentos mais tranquilos durante estas Missas, os momentos mais silenciosos, quando os olhares de todos estão presos no crucifixo com o sacerdote, é que posso melhor focar em Deus. Não há distrações. O foco não está no padre. Não está sobre o que outras pessoas estão fazendo ou vestindo. Trata-se da palavra se tornando carne diante de nossos olhos — o sacerdote transformando simples pão e vinho em literais corpo e sangue, alma e divindade de Jesus da mesma maneira que o Espírito Santo permitiu à Virgem Maria conceber um filho.
Durante esses momentos de silêncio, torna-se mais evidente o quanto somos indignos de alguma coisa: um Deus que se permitiu tornar-se um ser humano (ainda permanecendo verdadeiramente Deus) para se sacrificar por nós, um Deus que perdoa até mesmo o mais repugnante e maligno dos pecados, um Deus que estabeleceu uma instituição na Terra, contra a qual as portas do inferno não prevalecerão.
É durante esses momentos de silêncio que Deus tem me concedido a graça de pacificar o desgosto, a raiva, a frustração, a vergonha e as outras emoções e estados em que a nossa condição humana caída nos permite chegar. Ele tem usado esses momentos místicos e de quietude para curar feridas profundas e falar comigo de uma maneira íntima e amorosa.
E é durante esses momentos de silêncio que os problemas internos da Igreja Católica, o abraço do secularismo militante pela nossa cultura e a confusão generalizada sobre o que significa ser homem ou mulher ou até mesmo ser humano não têm qualquer poder.
A imagem do bebê Jesus em uma manjedoura tornou-se significativa para mim quando, há alguns anos atrás, uma amiga me disse que os Três Reis Magos foram visitar Jesus da mesma maneira que o fazemos na Adoração Eucarística ou na Santa Missa. E ela também me disse que o fato de Jesus ter sido posto em uma manjedoura — um estábulo de animais — prenunciava o fato de que Ele nos daria literalmente Sua carne e Seu sangue para comer.
Assim como o indefeso bebê Jesus na manjedoura era o centro da Natividade, Jesus está no centro da adoração como uma hóstia branca, despretensiosa e pequenina.
Esta minúscula hóstia branca é tão poderosa, concede para maioria das pessoas alquebradas, as mais indignas, as menos prováveis, a força necessária para combater na guerra da cultura e, às vezes, até mesmo fazer uma reentrância de mudança positiva.
Eu rezo para que Jesus na Eucaristia cure cada uma de suas dores e decepções neste Natal. Assim como os Três Reis foram capazes de adorar Nosso Senhor como o Salvador do Mundo, espero que você também possa se ajoelhar diante d’Ele e experimentar a profunda paz que somente um pequenino infante em uma manjedoura ou uma hóstia entre os dedos de um sacerdote podem trazer.
Publicado originalmente: LifeSiteNews – In the quietest moments, God speaks the loudest
http://www.sensusfidei.com.br/2016/12/26/nos-momentos-mais-silenciosos-deus-fala-mais-alto/#.WGfsZ_orJdg
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