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A mulher 'revestida de sol' (Apocalipse 12) é Maria, Israel ou a Igreja?

A INSTITUIÇÃO DA "RAINHA Mãe" surge, pela primeira vez, na descendência da Casa da Davi, nos reis que vieram após o seu reinado. Na narrativa bíblica sobre a entronização do rei Salomão, percebe-se a reverência do rei pela mãe, Betsabé, quando esta vem visitá-lo, concedendo-lhe todas as honras e um trono para que ela se assentasse à sua direita (1Rs 2, 19). A atitude de Salomão remete ao Salmo 44: “Posta-se à vossa direita a rainha, ornada de ouro de Ofir.” A rainha é  Gebirah , a Rainha-mãe. Os hebreus mantiveram essa tradição até o exílio da Babilônia, quando já não havia mais rei. A partir dessa época, iniciou-se a esperar pela vinda do novo "Filho de Davi", o Messias, o Cristo Filho de Deus e Salvador do Mundo que restauraria todas as coisas. Quando o Anjo Gabriel visita a Virgem Maria e lhe revela os planos de Deus, anuncia que Jesus herdará “o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na Casa de Jacó”. S. Gabriel Saúda Maria, dizendo “Ave,

O Senhor se apaixonou pela nossa pequenez

Cidade do Vaticano  – Para ouvir a voz do Senhor, é preciso se fazer pequeno. Foi o que o Papa Francisco recordou na homilia da Missa da manhã na Casa Santa Marta, celebrando o Sagrado Coração de Jesus. O Senhor nos escolheu, ele se “misturou conosco no caminho da vida” e nos deu “Seu Filho, e a vida de Seu Filho, por amor nosso”. Referindo-se a primeira leitura de hoje tirado do Deuteronômio, onde Moisés diz que Deus nos escolheu para sermos seu povo entre todos os povos da terra, Francisco explica como se louva a Deus porque “no coração de Jesus dá-nos a graça de celebrar com alegria os grandes mistérios da nossa salvação, de Seu amor por nós”, celebrando, isto é “a nossa fé”. Em particular, o Papa se detém sobre duas palavras contidas no texto: escolher e pequenez. Em relação à primeira, disse ele, não fomos nós a “escolhê-Lo”, mas é Deus que se fez “nosso prisioneiro”: “Ele se prendeu à nossa vida, não pode se distanciar”. Jogou forte! Ele permanece fiel nessa atitude.

FRANCISCO E A HUMILDADE

De um modo preciso e brilhante, Tomás de Celano narra como Francisco de Assis propunha a humildade: “A humildade é a guarda e beleza de todas as virtudes. Não sendo ela colocada como fundamento da estrutura espiritual, quando esta parece crescer, avança para a ruína. A humildade, para nada faltar ao homem ornado com tantas graças, o cumulara com mais copiosa fecundidade. Na verdade, segundo a sua própria reputação, ela nada era, a não ser um pecador, quando na realidade era a beleza e esplendor de toda espécie de santidade. Na humildade, ele se esforçou por edificar a si mesmo, para que à base estivesse o fundamento que aprendera de Cristo (...)  Nele  prevaleceu somente uma cobiça: tornar-se melhor, de modo que, não contente com as primeiras virtudes, acrescentava-lhes novas. Era humilde no modo de ser, mais humilde no sentimento, humílimo na própria reputação. Não se percebia que o príncipe de Deus era um prelado, a não ser por esta claríssima pedra preciosa, porque estava p

XXVI Catequese do Papa sobre a esperança

Papa Francisco Audiência Geral Quarta-feira, 14 de junho de 2017 Queridos irmãos e irmãs, bom dia! Hoje fazemos a audiência em dois lugares, mas unidos pelos ecrãs gigantes: os doentes, a fim de que não sofram muito o calor, estão na Sala Paulo VI, e nós aqui. Contudo, permanecemos juntos porque nos une o Espírito Santo, Aquele que constrói sempre a unidade. Saudemos os que estão na Sala! Nenhum de nós pode viver sem amor. E uma terrível escravidão na qual podemos cair é considerar que o amor deve ser merecido. Talvez uma boa parte da angústia do homem contemporâneo deriva disto: acreditar que se não formos fortes, atraentes e bonitos, então ninguém se ocupará de nós. Muitas pessoas hoje só procuram a visibilidade para preencher o vazio interior: como se fôssemos pessoas eternamente necessitadas de confirmações. Contudo, podeis imaginar um mundo no qual todos mendigam motivos para chamar a atenção dos outros e, ao contrário, ninguém está disposto a  amar gratuitamen

Encíclica Haurietis Aquas sobre o Culto do Sagrado Coração de Jesus

No ano de 2016,  durante um retiro pregado a sacerdotes , o Papa Francisco recomendou a leitura da Encíclica  Haurietis Aquas , do Venerável Papa Pio XII, sobre o Culto do Sagrado Coração de Jesus: " Far-nos-á bem ler esta semana ou amanhã Haurietis aquas… «Mas é pré-conciliar!» – Sim, mas faz bem! Pode-se ler, far-nos-á muito bem! ". Atendendo a recomendação do Papa, segue o texto integral da Encíclica: Carta Encíclica   Haurietis Aquas Do Sumo Pontífice  Papa Pio XII Sobre o Culto do Sagrado Coração de Jesus Introdução: Admirável desenvolvimento do Culto do Coração Sacratíssimo de Jesus nos Tempos Modernos 1. "Haurireis águas com gáudio das fontes do Salvador" ( Is  12, 3). Essas palavras, com que o profeta Isaías prefigurava os múltiplos e abundantes bens que os tempos cristãos haveriam de trazer, acodem-nos espontaneamente ao espírito ao completar-se a primeira centúria desde que o nosso predecessor de imperecível memória Pio IX, corr