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A PENITÊNCIA

Foi uma palavra da onipotência divina a que o Divino Salvador pronunciou: “Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhe-ão perdoados e àqueles a quem retiverdes, ser-lhe-ão retidos”. (Jô. 20,23). Contra esta palavra, pela qual Jesus Cristo instituiu o Sacramento da Penitência, levantou-se uma oposição multissecular; todas as paixões se insurgiram contra ela. No entanto, para o Divino Salvador e Sua palavra nenhum obstáculo existe. É assim que, a despeito do mais encarniçado ataque dos inimigos de Cristo, em todo o mundo, aí permanece o Instituto da Penitência. Ainda hoje, milhares de cristãos confessam humildemente seus pecados no Tribunal da Penitência e se fortalecem por meio deste sacramento, contra a tentação e más inclinações. Também tu, donzela cristã, faze por que nada te embarace de freqüentar o tribunal da penitência. Confessa-te muitas vezes, pois, isto te será sumamente salutar. 1º- A confissão freqüente levar-te-á ao conhecimento de ti mesma. Sem o conhecimento d

Santos Inocentes: a morte dos inocentes me sensibiliza?

Ir. João Antonio Johas Leão.  No Evangelho de Mateus encontramos uma passagem muito triste. Logo no segundo capítulo, depois de narrar a imensa alegria do nascimento de Jesus, o evangelista conta o episódio que ficou conhecido como o massacre dos inocentes.  “Herodes procurará o menino para o matar”  diz o anjo a José e o orienta a fugir para o Egito. Então, Herodes,  “percebendo que fora enganado, ficou enfurecido e mandou matar, em Belém e em todo o seu território, todos os meninos de dois anos para baixo...” . Reflitamos um pouco sobre isso. Podemos pensar:  Realmente me toca essa leitura? Ilustração retrata o menino Alan Kurdi, de 3 anos, após morrer em naufrágio. Família fugia da guerra na Síria.  É uma passagem bem curta do Evangelho e poderíamos passar por cima sem dar muita atenção. Mas estamos falando de algo profundamente terrível aqui. Vale a pena dar o peso que a situação tem. Herodes tem medo de perder seu poder para esse menino rei que acaba de nascer

Na casa de Nazaré aprendemos a riqueza do coração

Pe. Luiz Carlos de Oliveira, C.Ss.R. , O  Beato Paulo VI , quando foi em peregrinação à terra de Jesus, Israel, fez uma visita a Nazaré. Fez uma bela reflexão a partir do que sentia por estar naquele lugar santificado pela presença de Jesus, Maria e José. Diz: “Nazaré é a escola onde se começa a compreender a vida de Jesus: a escola do Evangelho. Aqui se aprende a olhar, a escutar, a meditar e penetrar o significado, tão profundo e tão misterioso, dessa manifestação tão simples, tão humilde e tão bela, do Filho de Deus” (Alocuções 05.01.64). Que podemos aprender de Nazaré?  A Sagrada Família mostra muito bem como viver para Deus num mundo que insiste em negá-lo. Certamente podemos pensar que o povo de Israel tinha fé, era religioso e devoto. Mas... acabaram com Jesus e recusaram o Evangelho. Já desde o Antigo Testamento, na linguagem dos profetas, se fala de um rosto fiel, os pobres de Javé (Sf 3,13). A família de Jesus, seus discípulos e seguidores eram os pobres.

Natal: Jesus é a luz que ilumina a nossa vida

Ir. João Antonio Johas Leão.  O nascimento de Jesus foi para os pastores um acontecimento impressionante.  Mas, e para nós? Depois de tantos Natais, nos surpreendemos com essa novidade? No dia de Natal escutamos no Evangelho, na chamada Missa da Aurora, que os pastores logo depois de escutarem um Anjo do Senhor que os anunciou o nascimento do Salvador veem uma multidão do exército celestial louvar a Deus dizendo:  “Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens que ele ama”!  Que visão magnífica deve ter sido essa dos pastores. Eles foram, então, ver esse Menino Luz, alegria para todo o povo. O Evangelho, no entanto, enfatiza que os pastores foram às pressas ver o que Senhor os deu a conhecer. Esse pequeno detalhe que poderia passar desapercebido nos fala de uma atitude que hoje em dia está muito mal direcionada. Podemos dizer que ante o anúncio dos anjos, se desperta no interior dos pastores uma curiosidade. De fato, hoje, quando nos contam alguma coisa qu

SOLENIDADE DO NATAL DO SENHOR HOMILIA DO SANTO PADRE BENTO XVI

Basílica Vaticana 24 de Dezembro de 2011 Amados irmãos e irmãs! A leitura que ouvimos, tirada da Carta do Apóstolo São Paulo a Tito, começa solenemente com a palavra « apparuit », que encontramos de novo na leitura da Missa da Aurora: « apparuit  – manifestou-se». Esta é uma palavra programática, escolhida pela Igreja para exprimir, resumidamente, a essência do Natal. Antes, os homens tinham falado e criado imagens humanas de Deus, das mais variadas formas; o próprio Deus falara de diversos modos aos homens (cf.  Heb  1, 1: leitura da Missa do Dia). Agora, porém, aconteceu algo mais: Ele manifestou-Se, mostrou-Se, saiu da luz inacessível em que habita. Ele, em pessoa, veio para o meio de nós. Na Igreja antiga, esta era a grande alegria do Natal: Deus manifestou-Se. Já não é apenas uma ideia, nem algo que se há-de intuir a partir das palavras. Ele «manifestou-Se». Mas agora perguntamo-nos: Como Se manifestou? Ele verdadeiramente quem é? A este respeito, diz a leitura da Mis

Frei Cantalamessa: celebrar o Natal, retornar ao coração

Pregação Advento - ANSA Cidade do Vaticano (RV) - O Padre Raniero Cantalmessa fez na manhã desta sexta-feira, no Vaticano, a quarta e última pregação do Advento na presença do Papa Francisco e de membros da Cúria Romana. O tema desta última reflexão foi “Encarnado por obra do Espírito Santo através da Virgem Maria”. “Dum medium silentium tenerent omnia”, enquanto tudo ao redor era silêncio… com essas palavras – introduziu a pregação Padre Raniero -, a liturgia procura recriar todos os anos a atmosfera própria do Natal. No momento do nascimento de Jesus, o mundo não era menos agitado do que hoje, mesmo se tudo ocorria em um círculo mais restrito. As ruas e tavernas fervilhavam de pessoas por causa do censo; as grandes figuras da época, mesmo distantes, eram César Augusto, Herodes ... Apenas duas pessoas, Maria e José, tinham conhecimento do evento mais importante, não só daquele tempo, mas de todos os tempos. A situação se renova, espiritualmente, em cada N

"Segurança material não conduz à salvação"

Papa na Sala Paulo VI - AFP Cidade do Vaticano (RV) – Quarta-feira, dia de audiência geral do Papa aos peregrinos. Este momento de encontro semanal aberto ao público é pautado pela catequese, desta vez centrada no tema da esperança. A Sala Paulo VI estava tomada por cerca de 4 mil fiéis e peregrinos de todo o mundo. Mas quando a esperança entrou no mundo? E como Deus nos doou a esperança da vida eterna? A partir destas questões, Francisco desenvolveu sua reflexão. A esperança de Cristo é visível Quando se fala de esperança, quase sempre pensamos em algo que não é visível, pois o que esperamos vai além de nossas forças e perspectivas, disse. Mas o Natal de Cristo nos fala de uma esperança diferente: visível e compreensível, porque se fundamenta em Deus: “Ele entra no mundo e nos doa a força de caminhar com Ele, em Jesus, rumo à plenitude da vida. Para o cristão, esperar significa a certeza de estar em caminho com Cristo rumo ao Pai, que nos aguarda. Esta esperança, t