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DOMINGO “IN ALBIS”: SÓ EM DEUS SE ACHA A VERDADEIRA PAZ (OITAVA DA PÁSCOA)

Venit Iesus, et stetit in medio, et dixit eis: Pax vobis  — “Veio Jesus, e pôs-se no meio e disse-lhes: A paz seja convosco” (Io. 20, 9). Sumário.  Assim é: só em Deus se acha a verdadeira paz; porque, tendo Deus criado o homem para si, o Bem infinito, só Ele pode fazê-lo contente. Quem quiser gozar esta paz, deve repelir de seu coração tudo que não seja Deus, que feche as portas dos sentidos a todas as criaturas e viva como que morto aos afetos terrestres. É isto exatamente o que o Senhor quis dar a entender aos apóstolos, quando, aparecendo para lhes anunciar a paz, quis ambas as vezes entrar aonde estavam os apóstolos,  estando as portas fechadas. ****************************** I. Refere São João que, achando-se os apóstolos juntos numa casa, Jesus Cristo ressuscitado entrou ali, posto que as portas estivessem fechadas, e pondo-se no meio, disse-lhes duas vezes:  A paz seja convosco . Repetiu as mesmas palavras oito dias depois, aparecendo-lhes mais uma vez, estando fechad

“A Bondade e Misericórdia do Coração de Jesus”.

Coluna do Padre Élcio: “A Bondade e Misericórdia do Coração de Jesus”. Caríssimos e amados irmãos em Nosso Senhor Jesus Cristo! Quantos assuntos de meditação nos oferece o Santo Evangelho de hoje: A Bondade e Misericórdia do Coração de Jesus, a paz, a fé, o Sacramento da Penitência! Com a graça de Deus vamos falar sobre a Misericórdia. Como são assuntos que se entrelaçam, falaremos  de passagem também sobre os demais. Caríssimos, a Misericórdia divina é infinita. Deus não quer a morte do pecador, mas que ele se converta e tenha a vida eterna. Deus espera com paciência o pecador; vai a procura dele com toda solicitude; e recebe com toda alegria o pecador arrependido.  Os Apóstolos estavam sem paz: haviam pecado, abandonado o Mestre, estavam fechados numa casa com medo dos judeus. Jesus ressuscitado lhes aparece. Suas primeiras palavras não foram de repreensão, foram de paz: A paz esteja convosco! Como Jesus é bom!. A paz é um dom tão precioso que sobrepuja todo entendimento hum

SANTO TOMÁS DE AQUINO E A SANTÍSSIMA EUCARISTIA

A SANTÍSSIMA EUCARISTIA NA VIDA ESPIRITUAL DE SANTO TOMÁS DE AQUINO - I - Os outros doutores da Sorbonne apresentaram a Santo Tomás um problema a respeito da permanência dos acidentes eucarísticos “sine subjecto”: Santo Tomás “(...) escreveu logo, como era costume seu, uma demonstração muito cuidada e lúcida, com a sua opinião. Escusado é dizer que sentiu, com simplicidade de coração, a pesada responsabilidade e a gravidade de tão judicial decisão, e parece, naturalmente, ter-se preocupado muito mais do que costumava com a sua obra. Buscou luz na oração e intercessão mais prolongada que de costume, e por fim, com um desses poucos mas impressionantes gestos corporais que caracterizam as ocasiões importantes da sua vida, depôs a tese aos pés do crucifixo do altar, e ali a deixou ficar como à espera de julgamento. Depois se virou, desceu os degraus e ficou submerso uma vez mais em oração; diz-se, no entanto, que os demais frades estavam à espreita, e que tinham boas ra

DO NÚMERO DOS PECADOS

Quia non profertur cito contra malos sententia, ideo filii hominum perpetrant mala – “Porquanto o não ser proferida sentença logo contra os maus, é causa de os filhos dos homens cometerem crimes sem temor algum” (Ecl 8, 11) Se Deus castigasse imediatamente a quem o ofende, não se veria, sem dúvida, tão ultrajado como o é atualmente. Mas, porque o Senhor não sói castigar logo, senão que espera benignamente, os pecadores cobram ânimo para ofendê-lo. É preciso, porém, considerar que Deus espera e é pacientíssimo, mas não para sempre. É opinião de muitos Santos Padres (de São Basílio, São Jerônimo, Santo Ambrósio, São Cirilo de Alexandria, São João Crisóstomo, Santo Agostinho e outros) que Deus, assim como determinou para cada homem o número dos dias de vida, e dotes de saúde e de talento que lhe quer outorgar (Sb 11,21), assim, também, contou e fixou o número de pecados que lhe quer perdoar. E, completo esse número, já não perdoa mais, diz Santo Agostinho. Eusébio de Cesaréia e os

Feliz Páscoa e Tempo Pascal

O TEMPO PASCAL compreende cinquenta dias (do grego Πεντηκοστή =  pentēkostḗ =  pentecostes ), que são vividos e celebrados como um só dia – o grande Domingo de Páscoa e compreendem "os cinquenta dias entre o domingo da Ressurreição até o domingo de Pentecostes. Devem ser celebrados com alegria e júbilo, como se se tratasse de um só e único dia festivo, como um grande Domingo" ( Normas Universais do Ano Litúrgico , n. 22). O Tempo Pascal é, em muitos sentidos, o mais importante de todo o Ano Litúrgico. É inaugurado na Vigília Pascal e celebrado durante sete semanas até a Solenidade de Pentecostes. É a Páscoa (do hebraico  pesach , que significa 'passagem') de Cristo, nosso Senhor e Salvador, que passou da morte para vida, vida plena e eterna, sua (e nossa futura) existência definitiva e gloriosa. É a Páscoa também da Igreja, que é seu Corpo, introduzida na Vida nova de seu Senhor por meio do Espírito que Cristo lhe deu no dia do primeiro Pentecostes. A or

V Pregação da Quaresma, no Vaticano: “Usemos as armas da Luz – A Pureza Cristã”

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 23-03-2018,  Gaudium Press )  O Pregador da Casa Pontifícia, padre Raniero Cantalamessa, OFM, proferiu diante do Papa Francisco e da Cúria, na Capela Redemptoris Mater, no Vaticano, a quinta e última pregação da Quaresma, intitulada "Usemos as armas da luz - A pureza cristã". Publicamos abaixo o texto da pregação do Frei Cantalamessa, numa tradução de Thácio Siqueira, Associação Marie de Nazareth, publicado pelo Vatican News. Confira o texto na íntegra: "A pureza cristã" Em nosso comentário à parênese da Carta aos Romanos, chegamos ao ponto em que se diz: "A noite vai adiantada, e o dia vem chegando. Despojemo-nos das obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz. Comportemo-nos honestamente, como em pleno dia: nada de orgias, nada de bebedeira; nada de desonestidades nem dissoluções; nada de contendas, nada de ciúmes. Ao contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não façais caso da carne nem lhe satisfaçais

A TUA CRUZ HÁS DE LEVÁ-LA QUER QUEIRAS, QUER NÃO

Depois de lida a sentença, os Judeus tomaram a Jesus Cristo, e o levaram para ser crucificado. Ele saindo levou a sua cruz para o lugar do Calvário. E com que amor a recebeu! Como lhe diria “Ó cruz desejada de minha alma! Tu és o objeto dos meus desejos e dos meus suspiros; vem cá, vem a mim, ó amada minha! Tu és o altar sobre o qual me quero sacrificar, para remir o mundo, dando a vida! Vem cá, recebe-me em teus braços, pois já há trinta e três anos que te procuro com os maiores desejos!…” Jesus Cristo assim receberia a sua cruz pelos grandes desejos que tinha de padecer e morrer por nosso amor. E com que gosto e alegria levas tu a tua cruz, cristão? Se estás enfermo, já não queres as dores com que Deus te purifica. Se te contradizem, se te repreendem, se te injuriam ou caluniam, já te inquietas. Não te humilhas, nem sofres com paciência por Deus; vais queixar-te e falar com contra essas pessoas. Se te causam algum dano ou prejuízo nos teus campos, ou nas tuas coisas, também