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O leproso e a certeza do perdão

Em seu  Testament,  Francisco faz alusão ao encontro com os leprosos  como momento essencial de sua conversão. Até então, segundo suas palavras, era-lhe difícil ver e encontrar esses doentes em pedaços. Experimentava sentimento de repugnância. O Senhor fez com que deles se aproximasse e sentisse a amargura tornar-se doçura. Os leprosos passaram a ser irmãos com os quais gostava de viver. Francisco pacificou-se. Francisco experimentava ainda uma agonia por ter a impressão que  Deus não o tinha perdoado. Ao longo de uma visão (Legenda Maior 3,6)  teve a certeza de ter sido perdoado: reconciliação com Deus e consigo mesmo. Esta reconciliação lhe propicia paz. Não tem mais sensação de culpabilidade. O Pobrezinho se reconhece pecador, mas tem confiança no amor de Deus e em seu perdão. As pessoas que têm consciência de serem perdoadas continuam alegremente seu caminho de intimidade com o Senhor. Ninguém há que se deter no pecado, mas na misericórdia de Deus, amor do Pai que acolhe

Quaresma: Catecismo Maior de São Pio X

A Igreja, no início da Quaresma, costumava fazer a imposição das sagradas cinzas, para recordar-nos de que somos feitos de pó, e com a morte, reduzimo-nos novamente ao pó, e assim nos humilhemos e façamos penitência por nossos pecados, enquanto temos tempo 37.   Que é a Quaresma? A Quaresma é um tempo de jejum e penitência instituída pela Igreja por tradição apostólica. 38.   A que fim foi instituída a Quaresma? A Quaresma foi instituída: 1º para dar-nos a entender que temos a obrigação de fazer penitência durante todo o tempo da nossa vida, da qual, de acordo com os santos Padres, a Quaresma é figura; 2º para imitar de alguma maneira o rigoroso jejum de quarenta dias que Jesus Cristo praticou no deserto; 3º para prepararmo-nos, por meio da penitência, em celebrar santamente a Páscoa. 39.   Por que o primeiro dia da Quaresma é chamado de quarta-feira de cinzas? O primeiro dia da Quaresma é chamado de quarta-feira de cinzas porque nesse dia a Igreja impõe sobre

A TRANSFIGURAÇÃO DO SENHOR

Páginas do Evangelho - Segundo Domingo da Quaresma 'Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha' (Mt 17,1). Uma alta montanha, o Monte Tabor. Como testemunhas da extraordinária manifestação da glória celeste e da vida eterna em Deus, Jesus conduz os três apóstolos escolhidos para o alto, numa clara assertiva de que é por meio da profundo recolhimento interior e da elevação da alma muito acima das coisas do mundo é que podemos viver efetivamente a experiência plena da contemplação de Deus. 'E foi transfigurado diante deles; o seu rosto brilhou como o sol e as suas roupas ficaram brancas como a luz' (Mt 17,2). No mistério da transubstanciação do Senhor, os apóstolos testemunharam antecipadamente alguma coisa dos mistérios de Deus. Algo profundamente diverso da natureza humana, pois nascido direto da glória de Deus. Algo muito limitado da Visão Beatífica, posto que deveria ate

Mensagem do Papa para a Quaresma 2017

A Palavra é um dom. O outro é um dom Amados irmãos e irmãs! A Quaresma é um novo começo, uma estrada que leva a um destino seguro: a Páscoa de Ressurreição, a vitória de Cristo sobre a morte. E este tempo não cessa de nos dirigir um forte convite à conversão: o cristão é chamado a voltar para Deus «de todo o coração» (Jl 2, 12), não se contentando com uma vida medíocre, mas crescendo na amizade do Senhor. Jesus é o amigo fiel que nunca nos abandona, pois, mesmo quando pecamos, espera pacientemente pelo nosso regresso a Ele e, com esta espera, manifesta a sua vontade de perdão (cf. Homilia na Santa Missa, 8 de janeiro de 2016). A Quaresma é o momento favorável para intensificarmos a vida espiritual através dos meios santos que a Igreja nos propõe: o jejum, a oração e a esmola. Na base de tudo isto, porém, está a Palavra de Deus, que somos convidados a ouvir e meditar com maior assiduidade neste tempo. Aqui queria deter-me, em particular, na parábola do homem rico e do p

O jejum e a abstinência na Lei da Igreja

Em linguagem simples, vamos falar sobre o jejum e a abstinência segundo a lei da Igreja, seja em Têmporas, como em outras épocas do ano, como a Quaresma.  Lembre-se que quem tem problemas de saúde graves, está dispensado do jejum. De outra parte, se alguém quiser fazer um jejum mais severo, como antigamente, pode fazê-lo,  mas seria prudente consultar o diretor espiritual antes.      Dias de jejum simples: O jejum consiste numa refeição completa ( consoada ) e duas menores, que, juntas, são menos que uma refeição inteira.  Não é permitido comer entre as refeições, mas líquidos podem ser tomados. OBS.: As bebidas alcoólicas devem ser evitadas, pois, embora não expressamente proibidas, vão contra o espírito de Quaresma.   É permitido comer carne em dia de jejum simples.  Os dias de  jejum simples  são: segundas, terças, quartas e quintas-feiras da Quaresma [ Cânon 1252/3 ].  Nas sextas-feiras da Quaresma é dia de jejum e abstinência. Todos são vinculados à lei do jejum, a part

QUAL SERÁ O GOZO DOS BEM-AVENTURADOS NO PARAÍSO.

Videmus nunc per speculum in aenigmale; tunc autem facie ad faciem   — “Vemos agora (a Deus) como por um espelho, em enigma; porém então face a face” (I Cor. 13, 12). Sumário. O bem-aventurado, conhecendo no céu a amabilidade infinita de Deus, e vendo todas as disposições admiráveis para sua salvação, amá-Lo-á de todo o coração, regozijar-se-á pela felicidade de Deus mais do que pela sua própria, e não terá outro desejo senão o de amá-Lo e de ser amado por Ele. É nisto que consistirá a sua eterna beatitude. Portanto, se nós amarmos a Deus, sem termos tanto em vista o nosso interesse como a satisfação pela felicidade de Deus, desde a vida presente começaríamos a gozar da beatitude do reino celestial. Quando a alma entrar na pátria bem-aventurada e for corrido o reposteiro que lhe impedia a vista, verá a descoberto e sem véu a beleza infinita do seu Deus, e é nisto que consistirá o gozo do bem-aventurado. Todas as coisas que ele contemplará em Deus, enche-lo-ão de alegria. Ver

A LITURGIA EM JOSEPH RATZINGER - BENTO XVI

Constitui uma das contribuições fundamentais oferecidas pelo cardeal à reflexão da Igreja nas últimas décadas, embora não entre, como tema específico, nas competências da Congregação para a Doutrina da Fé. Desde os anos do Concílio, da discussão sobre a Constituição litúrgica do Vaticano II, e depois com o encaminhamento da reforma pós-conciliar muito para além do que tinha ficado decidido e das intenções dos Padres, Joseph Ratzinger teceu sem rodeios considerações originais e contracorrente. Importa desde já salientar, para evitar equívocos, que as posições do cardeal não se assemelham de forma alguma às das facções tradicionalistas de monsenhor Lefebvre: Ratzinger não tem, nem nunca teve intenção de regressar ao passado, não é um saudosista aguerrido cujo sonho é derrubar os altares como antigamente nem reintroduzir o ritual de São Pio V que vigorou até ao Concílio. Pelo contrário, foi um precursor e admirador do movimento litúrgico que antecedeu o Concílio Vaticano II. Ain