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A celebração do Domingo de Ramos


O que se deve preparar: 
  • Todo o necessário para a celebração da Missa;
  • Paramentos vermelhos para o sacerdote, como para a Missa. Para a procissão, pluvial;
  • Turíbulo e naveta com incenso;
  • Cruz processional, ornada com um ramo;
  • Dois castiçais com velas;
  • Caldeirinha de água benta e aspersório;
  • Missal Romano;
  • Livro dos Evangelhos;
  • Livros da Paixão do Senhor, se houver;
  • Três estantes para a história da Paixão;
  • Genuflexório;
  • Ramos para o sacerdote, os ministros e os fieis;
  • Altar ornado com ramos.

1. Ritos iniciais
Nesta celebração há três formas de entrada: a procissão, a entrada solene e a entrada simples. A procissão faz-se apenas na Missa principal, com maior concurso de povo; a entrada solene, onde não foi possível fazer a procissão e nas demais Missas em que se abençoam os ramos; a entrada simples, nas Missas em que não se faz a bênção dos ramos.

a) Procissão: A celebração inicia-se em uma igreja menor ou em outro lugar apropriado fora da igreja, como, por exemplo, uma praça próxima. O sacerdote reveste os paramentos na sacristia da igreja em que se celebrará a Missa (vestindo o pluvial, ou, na sua falta, a casula) e dirige-se com os ministros para o lugar onde já estão reunidos os fieis, todos com ramos nas mãos. Neste momento os acólitos já devem levar todos os objetos para a procissão: turíbulo e naveta, cruz processional, dois castiçais, Missal Romano, aspersório, Livro dos Evangelhos e Livros da Paixão.


Quando o sacerdote e os ministros se aproximam, os cantores (que já estão junto aos fieis) entoam a antífona proposta no Missal ou outro canto adequado. Terminado o canto, o sacerdote inicia a Missa com o sinal da cruz e a saudação presidencial, como de costume. Segue-se a monição proposta no Missal, que o sacerdote pode confiar ao diácono.


Em seguida, o sacerdote recita uma das orações de bênção dos ramos propostas no Missal e passa a aspergi-los (pode-se cantar um canto apropriado). Terminada a aspersão, se for oportuno, o sacerdote recebe o seu ramo do diácono ou do cerimoniário, entrega-o ao acólito e passa a distribuir os ramos aos ministros e a alguns fieis.


O sacerdote, então, impõe incenso no turíbulo, abençoa o diácono e recebe o seu ramo para ouvir a Proclamação do Evangelho. Se não houver diácono, o próprio sacerdote proclama o Evangelho, mas sem segurar o ramo. Para esta proclamação do Evangelho, pode ser utilizado o Livro dos Evangelhos ou, na sua falta, o próprio Missal, que é colocado em uma estante ou segurado por um acólito, sempre ladeado por dois acólitos com castiçais de velas. Utiliza-se o incenso normalmente.


Após o Evangelho, se for oportuno, pode ser feita breve homilia. Em seguida, o sacerdote ou o diácono profere a monição proposta no Missal e tem início a procissão, na seguinte ordem:
  • Turiferário e naveteiro;
  • Cruciferário ladeado por dois acólitos com velas acesas;
  • Acólitos e demais ministros, com ramos nas mãos;
  • Diáconos ou leitores com os Livros da Paixão, se houver;
  • Diácono com o Livro dos Evangelhos, se houver;
  • Sacerdote, com seu ramo na mão e tendo junto de si dois diáconos ou cerimoniários que levantam as pontas do pluvial (se o usar)
  • Fieis, que levam ramos nas mãos.


Durante a procissão, cantam-se os salmos propostos no Missal ou outros cantos adequados. Chegando na igreja, os ministros fazem a devida reverência ao altar e ocupam seus lugares. O sacerdote, ao chegar diante do altar, entrega seu ramo ao cerimoniário, venera o altar e passa a incensá-lo, como de costume. Em seguida, dirige-se à cadeira, depõe o pluvial (se o usou) e reveste a casula (ou, se preferir, pode trocar o pluvial pela casula antes de incensar o altar). Omitidos o Ato Penitencial e o Glória, segue-se imediatamente a oração do dia.

b) Entrada solene: Estando os fieis já dentro da igreja, o sacerdote e os ministros dirigem-se para um local, fora do presbitério, em que possam ser vistos ao menos pela maioria dos fieis. Comumente utiliza-se a porta da igreja. Os ritos, desde a chegada do sacerdote e dos ministros até a oração do dia, fazem-se como relatado acima, inclusive procurando que alguns fieis tomem parte à procissão de entrada, logo após o sacerdote.

c) Entrada simples: Nas Missas em que não se abençoam os ramos, a entrada faz-se como de costume, seguida do sinal da cruz, da saudação presidencial, do ato penitencial e da oração do dia. Omite-se o Glória.

2. Liturgia da Palavra
As leituras e o salmo são proclamados como de costume. Segue-se a Aclamação ao Evangelho, na qual não se levam velas ou incenso. O Evangelho é o da história da Paixão, a qual é tradicionalmente proclamada por três leitores: o do centro, que faz a parte de Cristo, o da esquerda que faz a parte do cronista (narrador) e o da direita que faz a parte do leitor (que lê todas as falas, exceto as de Cristo).


Se serão diáconos a proclamar a Paixão, estes pedem a bênção ao sacerdote e então dirigem-se às estantes preparadas para a história da Paixão, preferencialmente diante do altar. Na falta dos diáconos, a Paixão será proclamada por leitores, que reservam a parte de Cristo ao sacerdote. Os leitores não pedem a bênção, dirigindo-se diretamente às estantes juntamente com o sacerdote.

Na história da Paixão não há saudação ao povo nem sinal-da-cruz sobre o livro no início. Ao ser anunciada a morte do Senhor, todos ajoelham-se (se possível, o sacerdote em um genuflexório diante do altar) e faz-se uma pausa. Não há o beijo do livro no final. Seguem-se a homilia, a profissão de fé e a oração dos fieis.


3. Liturgia Eucarística/Ritos finais
A partir da Apresentação das oferendas, a Missa prossegue como de costume. O uso do incenso se faz normalmente, tanto no Ofertório quanto na Consagração. O Prefácio a ser utilizado é próprio (“A Paixão do Senhor”), bem como a bênção é a própria da Paixão do Senhor. A procissão de saída faz-se como de costume.



REFERÊNCIAS:

SAGRADA CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Cerimonial dos Bispos, Cerimonial da Igreja: Tradução portuguesa da Edição Típica. São Paulo: Paulus, 2004 (3ª edição).

SAGRADA CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Missal Romano: Tradução portuguesa da 2ª Edição Típica para o Brasil. São Paulo: Paulus, 2006 (10ª edição).

SAGRADA CONGREGAÇÃO PARA O CULTO DIVINO. Paschalis sollemnitatis: Carta Circular sobre a Preparação e a Celebração das Festas Pascais. Disponível em:http://www.presbiteros.com.br/site/paschalis-sollemnitatis-a-preparacao-e-celebracao-das-festas-pascais/Acesso em: 22/02/2012.

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